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quarta-feira, 6 de julho de 2016

Direito a informação

Hoje nós vivemos no mundo da informação. Inegavelmente que, a informação aumenta a confiança e aprimora a relação médico-paciente, porém, surgiram novos motivos para que os médicos prestem mais atenção nas informações que estão colhendo de seus pacientes, bem como, no modo hoje nós vivemos no mundo da informação. Inegavelmente que, a informação aumenta a confiança e aprimora a relação médico-paciente, porém, surgiram novos motivos para que os médicos prestem mais atenção nas informações que estão colhendo de seus pacientes, bem como, no modo como as registram.

É prudente, informarmos que, um desses novos motivos assiste na questão da TISS (Troca de Informações da Saúde Suplementar), Resolução criada pela ANS - Agência Nacional de Saúde Suplementar – RN nº 138/2006, cuja pretensão, em suma, é de conhecer com mais propriedade o que está acontecendo na Saúde Suplementar do Brasil. Ou seja, o interesse principal é na informação.

E os médicos que atendem, via convênio e seguradora, estão dentro das regras impostas pela ANS, através do chamado grupo 2, conforme consta no item II, letras - a) e b) dessa Resolução, abaixo transcrito:

“II – grupo 2:
a) consultório isolado;
b) profissionais de saúde ou pessoas jurídicas que prestam serviços em consultórios;
§ 3º Os prazos para a implantação do padrão TISS de comunicação – entre operadoras de plano privado de assistência à saúde e prestadores de serviços de saúde – agrupados conforme estabelecido no § 2º deste artigo, são:
II – entre operadoras de plano privado de assistência à saúde e prestadores de serviços de saúde do grupo 2: até o dia do 30 de novembro de 2008”.

Cabe então aqui, destacarmos que, os prestadores de serviço, e, aí se enquadram os médicos e/ou pessoas jurídicas da saúde, deverão ter a TISS implantada até no máximo novembro de 2008, pois, o prazo final para esse grupo (denominado grupo 2), se adequar é 30/11/2008 e, o descumprimento da Resolução poderá trazer dissabores, como multas, sanções e, pior ainda, a falta de pagamento dos honorários médicos de serviços prestados através das operadoras de saúde, para aqueles que não tiverem implantado essa nova padronização de informação.

Há que se esclarecer que, existe um impasse sendo discutido entre CFM e ANS, com relação à colocação do diagnóstico codificado (CID) nas guias da TISS, conforme Resolução do CFM nº 1.819 de 17/05/07, na qual o CFM proíbe que o médico faça a inclusão do CID nas guias, porém, estabelece no parágrafo único do art. 1º dessa Resolução uma exceção:

Parágrafo único. Excetuam-se desta proibição os casos previstos em lei ou aqueles em que haja transmissão eletrônica de informações, segundo as resoluções emanadas do Conselho Federal de Medicina. (g.n)

E a ANS, por sua vez, se manifestou no seguinte sentido: O preenchimento do CID em formulário de papel por médicos em consultórios não é obrigatório, precisando ainda da anuência do paciente. Entretanto esse Órgão, mantém o entendimento de que, o preenchimento do CID nas guias eletrônicas da TISS continua sendo obrigatório e, sobretudo, não ferem as normas do CFM.

Ou seja, por mais que persista um “impasse” sobre essa questão, entre CFM e ANS, o mais prudente que se tem a fazer, é começar a se preparar para essa realidade.

Por esse e, outros motivos, como a nova era da informação já começou, vamos conhecer algumas outras implicações que decorrem daí:

O que a lei diz?

Desde 1988, a Constituição Federal do Brasil já dizia em seu art. 5, inciso XIV que, todos são iguais perante a lei e todos têm direito à propriedade entre outras coisas, assegurando a todos o acesso à informação, resguardado o sigilo da fonte quando necessário ao exercício profissional.

Porém, antes mesmo desse dispositivo constitucional, o próprio Conselho Federal de Medicina em janeiro de 1988, já tinha consagrado o direito do paciente à informação, prevendo em seu art.70:

“ser vedado ao médico - não dar acesso ao paciente ao prontuário médico, fichas de atendimento ou similares”.

O dever legal do médico em relação à informação, também decorre do princípio da boa-fé, sendo que, a informação vincula, conforme se extrai também do Código de Defesa do Consumidor nos arts. 4º, art. 6º, art. 12, art. 14, art. 19, art. 30, art. 31, art.37, parágrafos 1º e 2º, art. 40, art. 43.

Ou seja, os direitos à propriedade e à informação existem há bastante tempo, entretanto, esses direitos vêm ganhando novas dimensões, assumindo papéis diferentes e, por conta dessa velocidade, estão ultrapassando até mesmo a legislação existente.

Com relação ao direito de propriedade do paciente, cabe ressaltar que é referente à disponibilidade permanente das informações, que possam ser objeto da necessidade dele próprio, da ordem social ou de outro profissional que venha a tê-lo na sua relação, dentro de qualquer conveniência que a informação possa merecer.

Por causa disso, o registro das informações do paciente deve ser “mais trabalhado” pelos médicos, não só para atender um dever legal da profissão, mas, principalmente, por uma questão de sobrevivência, até mesmo porque, o registro dessas informações, tem importância para o médico, sob o prisma de defesa profissional e, ainda, sob o aspecto negocial, já que até no momento da venda de quotas ou da própria clínica, a informação está sendo considerada, atualmente, como um dos maiores ativos de um serviço médico, dependendo da qualidade como é gerada, colhida, conservada, organizada, controlada e, guardada de forma sigilosa/ética, nos prontuários médicos.

Cabe comentar que, de acordo com uma pesquisa feita pelo Institute of Medicine, 55% das mortes ocorridas que podiam ser evitadas, decorrem de erros médicos, ocasionados por falha de registro dos prontuários, como erro na prescrição médica e anotações ilegíveis.

A própria Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece em relatório publicado recentemente que, 1 em cada 10 atendimentos – em países desenvolvidos – possuem algum tipo de erro ou procedimento inadequado. Já em países em desenvolvimento, essa cifra é considerada muito maior.

Texto escrito por Juliane Pitella – Advogada e sócia da ELP Eugenio de Lima e Pitella Advogados Consultoria Jurídica e de Negócios Especializada na Área da Saúde. Site: www.advsaude.com.br. E-mail: advsaude@uol.com.br, fones: (11) 3142-8828/3142-8826/3142-8825. Skype: elpsaude como as registram.

É prudente, informarmos que, um desses novos motivos assiste na questão da TISS (Troca de Informações da Saúde Suplementar), Resolução criada pela ANS - Agência Nacional de Saúde Suplementar – RN nº 138/2006, cuja pretensão, em suma, é de conhecer com mais propriedade o que está acontecendo na Saúde Suplementar do Brasil. Ou seja, o interesse principal é na informação.

E os médicos que atendem, via convênio e seguradora, estão dentro das regras impostas pela ANS, através do chamado grupo 2, conforme consta no item II, letras - a) e b) dessa Resolução, abaixo transcrito:

“II – grupo 2:
a) consultório isolado;
b) profissionais de saúde ou pessoas jurídicas que prestam serviços em consultórios;
§ 3º Os prazos para a implantação do padrão TISS de comunicação – entre operadoras de plano privado de assistência à saúde e prestadores de serviços de saúde – agrupados conforme estabelecido no § 2º deste artigo, são:
II – entre operadoras de plano privado de assistência à saúde e prestadores de serviços de saúde do grupo 2: até o dia do 30 de novembro de 2008”.

Cabe então aqui, destacarmos que, os prestadores de serviço, e, aí se enquadram os médicos e/ou pessoas jurídicas da saúde, deverão ter a TISS implantada até no máximo novembro de 2008, pois, o prazo final para esse grupo (denominado grupo 2), se adequar é 30/11/2008 e, o descumprimento da Resolução poderá trazer dissabores, como multas, sanções e, pior ainda, a falta de pagamento dos honorários médicos de serviços prestados através das operadoras de saúde, para aqueles que não tiverem implantado essa nova padronização de informação.

Há que se esclarecer que, existe um impasse sendo discutido entre CFM e ANS, com relação à colocação do diagnóstico codificado (CID) nas guias da TISS, conforme Resolução do CFM nº 1.819 de 17/05/07, na qual o CFM proíbe que o médico faça a inclusão do CID nas guias, porém, estabelece no parágrafo único do art. 1º dessa Resolução uma exceção:

Parágrafo único. Excetuam-se desta proibição os casos previstos em lei ou aqueles em que haja transmissão eletrônica de informações, segundo as resoluções emanadas do Conselho Federal de Medicina. (g.n)

E a ANS, por sua vez, se manifestou no seguinte sentido: O preenchimento do CID em formulário de papel por médicos em consultórios não é obrigatório, precisando ainda da anuência do paciente. Entretanto esse Órgão, mantém o entendimento de que, o preenchimento do CID nas guias eletrônicas da TISS continua sendo obrigatório e, sobretudo, não ferem as normas do CFM.

Ou seja, por mais que persista um “impasse” sobre essa questão, entre CFM e ANS, o mais prudente que se tem a fazer, é começar a se preparar para essa realidade.

Por esse e, outros motivos, como a nova era da informação já começou, vamos conhecer algumas outras implicações que decorrem daí:

O que a lei diz?

Desde 1988, a Constituição Federal do Brasil já dizia em seu art. 5, inciso XIV que, todos são iguais perante a lei e todos têm direito à propriedade entre outras coisas, assegurando a todos o acesso à informação, resguardado o sigilo da fonte quando necessário ao exercício profissional.

Porém, antes mesmo desse dispositivo constitucional, o próprio Conselho Federal de Medicina em janeiro de 1988, já tinha consagrado o direito do paciente à informação, prevendo em seu art.70:

“ser vedado ao médico - não dar acesso ao paciente ao prontuário médico, fichas de atendimento ou similares”.

O dever legal do médico em relação à informação, também decorre do princípio da boa-fé, sendo que, a informação vincula, conforme se extrai também do Código de Defesa do Consumidor nos arts. 4º, art. 6º, art. 12, art. 14, art. 19, art. 30, art. 31, art.37, parágrafos 1º e 2º, art. 40, art. 43.

Ou seja, os direitos à propriedade e à informação existem há bastante tempo, entretanto, esses direitos vêm ganhando novas dimensões, assumindo papéis diferentes e, por conta dessa velocidade, estão ultrapassando até mesmo a legislação existente.

Com relação ao direito de propriedade do paciente, cabe ressaltar que é referente à disponibilidade permanente das informações, que possam ser objeto da necessidade dele próprio, da ordem social ou de outro profissional que venha a tê-lo na sua relação, dentro de qualquer conveniência que a informação possa merecer.

Por causa disso, o registro das informações do paciente deve ser “mais trabalhado” pelos médicos, não só para atender um dever legal da profissão, mas, principalmente, por uma questão de sobrevivência, até mesmo porque, o registro dessas informações, tem importância para o médico, sob o prisma de defesa profissional e, ainda, sob o aspecto negocial, já que até no momento da venda de quotas ou da própria clínica, a informação está sendo considerada, atualmente, como um dos maiores ativos de um serviço médico, dependendo da qualidade como é gerada, colhida, conservada, organizada, controlada e, guardada de forma sigilosa/ética, nos prontuários médicos.

Cabe comentar que, de acordo com uma pesquisa feita pelo Institute of Medicine, 55% das mortes ocorridas que podiam ser evitadas, decorrem de erros médicos, ocasionados por falha de registro dos prontuários, como erro na prescrição médica e anotações ilegíveis.

A própria Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece em relatório publicado recentemente que, 1 em cada 10 atendimentos – em países desenvolvidos – possuem algum tipo de erro ou procedimento inadequado. Já em países em desenvolvimento, essa cifra é considerada muito maior.

Texto escrito por Juliane Pitella – Advogada e sócia da ELP Eugenio de Lima e Pitella Advogados Consultoria Jurídica e de Negócios Especializada na Área da Saúde. Site: www.advsaude.com.br. E-mail: advsaude@uol.com.br, fones: (11) 3142-8828/3142-8826/3142-8825. Skype: elpsaude extraido na integra

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Dormir mal pode diminuir a sensibilidade à ação da insulina no organismo diz The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism




Estudo publicado no The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism mostra que mesmo uma única noite mal dormida pode dificultar a habilidade do organismo em usar a insulina.
Pesquisadores do Leiden University Medical Center realizaram um estudo, com pequeno número de indivíduos saudáveis, observando-os após uma noite de oito horas de sono e novamente após uma noite de quatro horas de sono. A restrição parcial do sono durante uma única noite reduziu alguns tipos de sensibilidade à ação da insulina em cerca de 19 a 25%. Baseado nestes achados, os autores relatam que a sensibilidade àinsulina pode não ser pré-determinada em indivíduos saudáveis, mas ser resultado da duração do sono.
Este é o primeiro estudo a avaliar os efeitos da privação de sono, durante uma única noite, em relação à ação da insulina no organismo. Esta pode ser uma explicação para o aumento da resistência insulínica e o maior número de diabetes mellitus observado. No entanto, estudos com a participação de maior número de indivíduos são necessários.

Diabetes Mellitus



O que é Diabetes mellitus?
Diabetes mellitus (DM) é uma condição na qual o pâncreas deixa de produzir insulina ou as células param de responder à insulina que é produzida, fazendo com que a glicose sangüínea não seja absorvida pelas células do organismo e causando o aumento dos seus níveis na corrente sangüínea.
Existem dois tipos principais da doença. O diabetes tipo 1 (DM1) e o tipo 2 (DM2).


Diabetes mellitus tipo 1. O que é?
O DM1 é o tipo de diabetes predominante na infância e na adolescência, a idade em que ela se inicia geralmente é de 10 aos 14 anos (pico de incidência). Porém, a incidência (número de casos novos) do DM2 está aumentando nesta faixa etária nos últimos anos.
diabetes tipo 1 resulta da destruição das células beta do pâncreas – células produtoras de insulina. Esta destruição é mediada por respostas auto-imunes celulares. Ou seja, o próprio organismo destrói suas células, levando ao aumento da glicose no sangue por déficit absoluto de produção de insulina.
As manifestações clínicas na infância e na adolescência variam desde a cetoacidose – que muitas vezes é o evento inicial da doença, até uma hiperglicemia pós-prandial. As manifestações podem ser desencadeadas pela presença de infecção ou outra condição de estresse ao organismo. Apesar de rara na apresentação inicial, a obesidade não exclui o diagnóstico de DM1.
O DM1 associa-se com relativa freqüência a outras doenças auto-imunes como tireoidite de Hashimoto, doença celíaca, doença de Graves, doença de Adison, vitiligo e anemia perniciosa. Recomenda-se investigar rotineiramente a doença auto-imune da tireóide e, se possível, também a doença celíaca nas pessoas que têm DM1, devido a sua maior prevalência (número de casos existentes de determinada doença).


Diabetes mellitus tipo 2. O que é?
O DM2 é considerado uma das grandes epidemias do século XXI e afeta quase 90% das pessoas que têmdiabetes, sendo o tipo mais comum.
Ocorre quando o nível de glicose (açúcar) no sangue fica muito alto. A glicose é o combustível que as células do corpo usam para obter energia. O diabetes  tipo 2 ocorre quando não há produção suficiente de insulinapelo pâncreas  ou porque o corpo se torna menos sensível à ação da insulina  que é produzida - a chamadaresistência à insulina. A insulina  ajuda o corpo a levar a glicose para dentro das células.
Os sintomas incluem aumento da freqüência urinária, letargia, sede excessiva e aumento do apetite – muitas vezes não acompanhado de ganho de peso.
É uma doença crônica que pode causar complicações à saúde; incluindo insuficiência renal, doenças docoraçãoderrame (acidente vascular cerebral) e cegueira.
Em termos mundiais, cerca de 240 milhões de indivíduos apresentam DM, com uma projeção de 366 milhões para o ano de 2030, dos quais dois terços serão habitantes de países em desenvolvimento. Infelizmente, cerca de metade das pessoas com DM desconhecem que são portadores desta condição e não podem, dessa forma, prevenir suas complicações.
No Brasil, o número estimado de portadores de DM é de aproximadamente 16 milhões de pessoas.


Pré-diabetes. O que significa este conceito?
É uma condição em que os níveis de glicose são mais altos que o normal, mas não tão altos para dar odiagnóstico de DM2 (o tipo mais freqüente). Pessoas com pré-diabetes têm maiores riscos para desenvolverdiabetes  tipo 2, doenças do coração e derrames (acidentes vasculares cerebrais). Uma vez cientes desta condição, podem iniciar medidas preventivas.


Quais são as causas do DM?
No DM1, a causa básica é uma doença auto-imune que lesa irreversivelmente as células beta do pâncreas(células produtoras de insulina). Nos primeiros meses após o início da doença, são detectados no sangueanticorpos - anticorpo anti-ilhota pancreática, anticorpo contra enzimas das células beta (anticorposantidescarboxilase do ácido glutâmico - antiGAD, por exemplo) e anticorpos anti-insulina.
No DM2, ocorrem diversos mecanismos de resistência à ação da insulina. O estilo de vida moderno tem papel fundamental no desenvolvimento do diabetes, quando consiste em hábitos que levam ao acúmulo de gorduraprincipalmente na região abdominal. Tipo de distribuição de gordura que é mais relacionado ao aumento do risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares.


O que se sente?
Os sintomas do aumento da glicemia são: sede excessiva, aumento do volume urinário e do número demicções, hábito de urinar durante a  noite, fadiga, fraqueza, tonturasvisão borrada, aumento de apetite e  perda de peso.
Estes sintomas clássicos do diabetes muitas vezes passam despercebidos ou não são valorizados pelos portadores desta condição. 
Estes sintomas tendem a ir se agravando e podem levar a complicações severas e agudas como acetoacidose diabética (no DM1) e o coma hiperosmolar (no DM2), caso a doença não seja diagnosticada, nem tratada.
Os sintomas das complicações que ocorrem a longo prazo, ou seja, aquelas decorrentes da hiperglicemiamantida ao longo dos anos, envolvem alterações visuais, circulatórias, digestivas, renais, urinárias, neurológicas, dermatológicas, ortopédicas e problemas cardíacos.


Como o médico faz o diagnóstico?
Além dos sintomas e sinais clássicos da doença, que podem não estar presentes precocemente, o diagnósticolaboratorial do Diabetes mellitus é estabelecido pela medida da glicemia no soro ou plasma, após um jejum de 8 a 12 horas e também pela dosagem da glicemia 2 horas após sobrecarga com glicose (glicemia 2 horas após-sobrecarga). O diagnóstico sempre deve ser confirmado com uma segunda medida.
Os parâmetros para o diagnóstico de diabetes são:

Critérios para a presença de anormalidades da tolerância à glicose, segundo a ADA-2005:

 Categoria
 Glicemia de Jejum
 Glicemia 2h pós-sobrecarga
 Normal


Glicemia de jejun alterada (gja)
 100-125 mg/dl
 -
 Tolerância à Glicose diminuída (TGD)
 -
 140-199 mg/dl
Diabetes*
 126 mg/dl
 200 mg/dl

Quando ambos os exames são realizados (glicemia de jejum e TOTG de 2h), GJA ou TGD podem ser diferenciados.

*O diagnóstico de diabetes requer confirmação em uma outra coleta.
(Adaptado da American Diabetes Association - ADA 2005)


Quais os objetivos do tratamento?
O objetivo principal é manter os níveis glicêmicos o mais próximo dos valores considerados normais. Também é importante manter os níveis adequados de colesterol, controlar a pressão arterial e o peso corporal de acordo com o que se segue:

Glicemia plasmática (mg/dl)*:

  • Jejum: 110 ou 100 (ADA, 2004)
  • Pós-prandial: 140-180
  • Glicohemoglobina (%)*: 1% acima do limite superior do método

Colesterol (mg/dl):
  • Total: < 200
  • HDL: > 45
  • LDL: < 100
  • Triglicérides: < 150

Pressão arterial (mmHg):
  • Sistólica: < 130**
  • Diastólica: < 80**

Índice de Massa Corporal - IMC*** (kg/m²): 20-25  kg/m².

* : Quanto ao controle glicêmico, deve-se procurar atingir valores os mais próximos do normal. Como muitas vezes não é possível, aceita-se, nesses casos, valores de glicose plasmática em jejum até 126 mg/dl e pós-prandial (duas horas) até 160 mg/dl, e níveis de glicohemoglobina até um ponto percentual acima do limite superior do método utilizado. Acima desses valores, é sempre necessário realizar intervenção para melhorar o controle metabólico.
** : The Seventh Report of the Joint National Committee on Prevention, Detectation, Evaluation and Treatment of High Blood Pressure (JNC 7). JAMA 2003; 289:2560-72.
***:  Índice de Massa Corporal – IMC. É a medida mais usada  na prática para saber se  uma pessoa é considerada obesa ou não. Ele é calculado dividindo-se o peso corporal em quilogramas pelo quadrado da altura em metros.


Quais são as complicações do DM?
O desenvolvimento das complicações crônicas está relacionado ao tempo de exposição à hiperglicemia.
As complicações do diabetes são divididas em dois grupos.
O primeiro deles se refere à elevação brusca da glicose no sanguehiperglicemia. Ela pode levar o paciente a urinar excessivamente, sentir muita sede, emagrecer, desidratar e até perder a consciência, chegando aocoma diabético, mais freqüente em pessoas com DM1.
O segundo grupo de complicações são as decorrentes da glicemia aumentada e mantida durante meses ou anos, podendo levar a alterações vasculares no coração, nos olhos (retinopatia), nos rins (nefropatia) e nos nervos (neuropatia). Essas situações acontecem, principalmente, nos pacientes com o tipo 2 do diabetes.
A doença cardiovascular é a primeira causa de mortalidade nos indivíduos com DM2, a retinopatia a principal causa de cegueira adquirida, a nefropatia uma das maiores responsáveis pelo ingresso em programas dediálise e o pé diabético importante causa de amputações de membros inferiores.


Mesmo com a glicemia controlada, existem exames que devem ser feitos periodicamente pelos diabéticos?
Caso o diabetes esteja sendo bem controlado, existem exames que podem ser feitos para monitorar ascomplicações do diabetes e evitar sua progressão. São eles:
  • Dosagem de hemoglobina glicada (HbA1c): deve ser mantida sempre menor do que 7%
  • Exame de fundo de olho: faz a análise da retina do diabético
  • Dosagem da microalbuminúria: verifica a presença de pequenas quantidades de proteínas na urina que podem causar nefropatia
  • Aferição da pressão arterial
  • Lipidograma ou dosagem de colesterol
  • Exame dos pés: para evitar as lesões do pé diabético e amputações de membros inferiores


Perguntas que você pode fazer ao seu médico:
- O que muda na minha rotina após o diagnóstico de diabetes?
- Quais as minhas chances de ter um filho com diabetes?
- Devo usar produtos light ou diet? Qual a diferença entre eles?
- Além do açúcar, existem outros alimentos que não devo usar?
- Como aplicar corretamente a insulina?
- O diabetes implica em alguma mudança na minha vida profissional?
- O que é o cálculo de contagem de carboidratos? Posso usar isso para comer doces usando insulina de ação ultra-rápida para evitar a hiperglicemia?


Fontes:
Atualização Brasileira sobre Diabetes – 2006
Consenso Brasileiro sobre Diabetes – 2002

Os casos de diabetes tipo 1 estão aumentando globalmente. Será que a obesidade também explica este crescimento?




Como aparece o diabetes tipo 1?

O tipo 1, que era conhecido como diabetes juvenil, é uma doença auto-imune na qual o organismo ataca suas próprias células (as células beta do pâncreas), destruindo a sua capacidade de produzir insulina.

Como está sendo observado o crescimento da doença no mundo?

O primeiro sinal de que o diabetes tipo 1 está aumentando foi observado em 2006 pelo projeto da Organização Mundial de Saúde conhecido como DIAMOND. Este projeto revisou dados de 112 pesquisas sobre diabetes em 57 países e mostrou que o diabetes tipo 1 aumentou, em média, 5,3% ao ano na América do Norte, 4% na Ásia e 3,2% na Europa.

Um segundo trabalho, o EURODIAB, comparou a incidência de diabetes em 17 países e observou não só que o diabetes tipo 1 estava aumentando (cerca de 3,9% ao ano, em média) mas também que este crescimento era mais acentuado em crianças abaixo dos cinco anos de idade.

O que pode explicar o crescimento do diabetes tipo 1?

Mudanças genéticas em um curto período de tempo não explicam este aumento. Os fatores ambientais provavelmente poderão explicar este crescimento, de acordo com Giuseppina Imperatore, coordenadora de uma equipe de epidemiologistas na Division of Diabetes Translation do Centers for Disease Control and Prevention.

Os pesquisadores procuram por influências que ocorram globalmente e consideram a possibilidade de certos fatores terem mais importância em algumas regiões do que em outras.

A lista de possibilidades é grande:

Cientistas sugeriram que o glúten, proteína presente no trigo, possa desempenhar um papel neste crescimento, já que os pacientes parecem estar em maior risco para desenvolver a doença celíaca. Além disso, o consumo de glúten proveniente de alimentos altamente processados tem crescido ao longo das décadas.

Os pesquisadores também avaliam quando os bebês começam a ser alimentados por raízes, pois os tubérculos armazenados podem ser contaminados por fungos microscópicos que parecem promover o desenvolvimento de diabetes em ratos.

Atualmente, o alvo de estudos são as infecções causadas por bactérias, vírus ou parasitas. A "hipótese higiênica" propõe que a exposição precoce a infecções ou organismos do solo ensina o sistema imunológico em desenvolvimento a se manter em equilíbrio e o impede de reagir de forma descontrolada num momento posterior da vida, quando encontra alérgenos. Desta forma, viver em condições higiênicas, privando crianças de exposições precoces, pode alimentar uma epidemia de alergias futuras.
A versão da "hipótese higiênica" para o diabetes tipo 1 propõe que quando o sistema imunológico aprende a não reagir exageradamente a alérgenos, também aprende a tolerar compostos estranhos a partir do próprio corpo e, portanto, impede o ataque auto-imune que destrói a capacidade de produzir insulina, ou seja, impede o ataque às células beta do pâncreas.

Algumas evidências circunstanciais suportam esta hipótese. Crianças com mais irmãos podem trazer infecções para casa, provindas de creche ou escola; estas crianças são menos propensas a serem hospitalizados por diabetes tipo 1. A doença também é menos comum em crianças que frequentam creches e, de acordo com pesquisas, mais comum em camundongos criados em ambientes estéreis.

Christopher Cardwell, professor de estatística médica da Universidade de Queen, em Belfast, realizou uma meta-análise de associações entre o diabetes tipo 1 e ordem de nascimento, idade materna no parto e nascimento por cesariana, os quais afetam os organismos a que as crianças são expostas. "Todos estes fatores pareciam estar associados", diz ele, "mas todos eles foram associações bastante fracas. Nenhuma delas foi de uma magnitude que poderia explicar a incidência crescente ao longo do tempo.

O que dizem as pesquisas mais recentes?

Recentemente, as pesquisas para explicar o aumento do diabetes tipo 1 tomaram um rumo inesperado. Alguns pesquisadores estão reconsiderando o papel de antigos adversários: o sobrepeso e a obesidade.

Essa suspeita pode parecer contraditória, dado que estar acima do peso colabora para a produção de grandes quantidades de insulina (como no tipo 2), e não pouca insulina. Mas alguns pesquisadores afirmam que o estresse de produzir tanta insulina pode esgotar as células beta do pâncreas e colaborar para que uma criança cujas células beta já estão sob estresse desenvolva o diabetes tipo 1. Essa ideia, chamada de "hipótese aceleradora ou de sobrecarga", propõe que "se uma criança é gordinha, a adiposidade extra irá desafiar as células beta do pâncreas", diz Rebecca Lipton, professora emérita da Universidade de Chicago. "Em uma criança que já iniciou o processo auto-imune, as células beta vão apenas falhar mais rapidamente, porque elas estão sendo forçadas a colocar para fora mais insulina do que uma criança magra coloca", afirma.

Qual é o objetivo de conhecer melhor o crescimento desta doença?

Os cientistas querem fazer mais do que apenas explicar o aumento do diabetes tipo 1, eles querem evitar este crescimento. Infelizmente, se o excesso de peso é um dos principais contribuintes para o problema, essa tarefa não será fácil. Ninguém, até agora, tem sido capaz de diminuir a epidemia de obesidade global. Pesquisadores da Universidade Johns Hopkins estimam que em 2048, todos os adultos americanos terão excesso de peso. Pelo menos se as tendências atuais se mantiverem.

Por isso é tão importante criar crianças (para não mencionar os adultos) fisicamente ativas, que se alimentem de maneira saudável e mantenham o peso corporal dentro de parâmetros considerados normais para a idade.


Insulina degludec, nova insulina de longa ação, é útil para tratar o diabetes tipo 1 e diminui a hipoglicemia noturna



O tratamento intensivo com bolus de insulina melhora o controle glicêmico e reduz o risco de complicações associadas ao diabetes mellitus tipo 1. A insulina degludec é uma nova insulina de longa duração. O presente trabalho, publicado pelo The Lancet, comparou a eficácia e a segurança da insulina degludec e da insulina glargina, ambas administradas uma vez por dia, juntamente com insulina Aspart às refeições, em terapia para o diabetes tipo 1.

O desfecho primário foi de não inferioridade da insulina degludec em relação à insulina glargina, avaliado como uma redução na hemoglobina glicosilada (HbA1c) após 52 semanas.

De 629 participantes, 472 foram aleatoriamente designados para receberem insulina degludec e 157 para usar insulina glargina, todos foram analisados em seus respectivos grupos de tratamento. Em um ano, a HbA1c caiu 0,40% e 0,39%, respectivamente, com insulina degludec e insulina glargina. Dos participantes, 188 (40%) e 67 (43%) alcançaram meta de HbA1c inferior a 7%. As taxas de hipoglicemia foram semelhantes nos dois grupos. A taxa de hipoglicemia noturna confirmada foi 25% menor com degludec, quando comparou-se à insulina glargina. O total de eventos adversos graves (14 versus 16 eventos por 100 pacientes por ano de exposição) foram semelhantes para insulina degludec e insulina glargina.

Concluiu-se que a insulina degludec pode ser uma insulina basal útil para o tratamento de pacientes com diabetes tipo 1, pois fornece controle glicêmico eficaz, reduzindo o risco de hipoglicemia noturna, que é uma grande limitação da terapêutica com insulina.

Fonte: The Lancet, volume 379, de 21 de abril de 2012


sexta-feira, 27 de julho de 2012

Recrutamento de 100 idosos para pesquisa sobre queda



O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, unidade da rede pública estadual e maior complexo hospitalar da América Latina, está recrutando idosos com 60 anos ou mais, de ambos os sexos, e que tenham sofrido queda pelo menos uma vez, nos últimos 12 meses, para triagem e participação em projeto de pesquisa.
O objetivo do estudo do Serviço de Geriatria é reduzir o número de quedas nesta população. A pesquisa envolverá cerca de 100 pessoas, num período de três meses a um ano, e oferecerá orientações para modificações de fatores de risco.
As inscrições podem ser feita pelo site www.gerosaude.com.br
 

Fonte: Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo
 

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Mau controle glicêmico em diabéticos


Mau controle glicêmico em diabéticos pode contribuir para declínio cognitivo em idosos, publicado pelo Archives of Neurology


Para determinar se os casos antigos e os casos novos de diabetes  mellitus (DM) aumentam o risco de declínio cognitivo e se, em idosos com DM, o mau controle glicêmico está relacionado a um pior desempenho cognitivo , foi realizado um estudo de coorte  prospectivo , com um total de 3.069 idosos (idade média de 74,2 anos; 42% negros e 52% do sexo feminino).
Os participantes completaram os testes conhecidos como Modified Mini-Mental State Examination (3MS) e Digit Symbol Substitution Test (DSST) no início do estudo e em intervalos selecionados durante dez anos. O  diabetes  mellitus  foi determinado no início e durante visitas de acompanhamento. A hemoglobina glicosilada
No início do estudo, 717 participantes (23,4%) tinham DM (casos prevalentes) e 2.352 (76,6%) estavam sem DM, 159 dos quais desenvolveram a doença durante o seguimento (casos incidentes). Os participantes com DM (casos prevalentes) apresentaram menores escores basais dos testes do que os participantes sem a doença. Entre os participantes com DM prevalente, o nível maior de hemoglobina
glicosilada  foi associado à menor média de escores, mesmo após ajuste multivariado.
Concluiu-se que, entre os participantes da pesquisa, o DM e o mau controle glicêmico entre aqueles com DM estão associados a uma função  cognitiva pior e ao maior declínio cognitivo . Isto sugere que a gravidade da doença pode contribuir para o envelhecimento cognitivo  acelerado.